quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PONTE DE ESPINDO


Ponte de um arco e de tabuleiro em cavalete que une as duas margens do Rio Sousa já no limite do concelho de Lousada com o de Penafiel. Está situada numa zona estreita do rio e tem as suas bases solidamente sustentadas sobre grandes blocos graníticos. Com características semelhantes às da ponte de Veiga. A leitura atenta das Memórias Paroquiais de 1758 ajudam a balizar a época de construção desta estrutura. Nessa data a ponte não existia, fazendo-se a travessia através de uma ponte em madeira.Sendo assim, a Ponte de Espindo nunca será anterior a 1758. Pelas soluções técnicas que evidencia, supomos mesmo que seja já Oitocentista. Esta ponte foi recentemente restaurada e beneficiada, no âmbito do programa comunitário Leader II, transformando-a num agradável espaço de passeio e visita, podendo ainda visitar alguns caminhos pedonais utilizados pelos antepassados.

HISTÓRIA DA FREGUESIA

A presença romana é um dado adquirido, considerando os estudos e os vestígios arqueológicos desta freguesia. Também são conhecidos os vestígios alti-medievais, designadamente a ocupação suevo-visigótica da região. Escavações na igreja puseram a descoberto os alicerces duma basílica paleocristã, provavelmente relacionada com a existência, ainda que efémera, da diocese magnetense.
Em 1131, D. Afonso Henriques ofereceu a D. Hugo, bispo do Porto, o couto e a igreja de Santo Tirso de Meinedo. Deste modo a Igreja, usufrui de todos os rendimentos desses bens para além de poder conceder forais, em que se determinava o que os povos deviam pagar aos senhorios. Nesta altura a freguesia é dividida pelo Couto (com os lugares de Espindo, Vila Pouca, Romariz e Casais) e pela Honra (com os lugares de Ronfe, Sub-Ribas, Foz, Eiras, Quinta, Monte, Pade, Idanha, Pomarelho, Agrelo e Cales). Com a sucessão de D. Martinho Pires na sede episcopal, a Sé do Porto reparte os seus rendimentos e suprime os arcediagados, passando a Igreja de Meinedo para o Cabido. A confirmação papal do couto de Meinedo ao bispo do Porto foi feita por Honório em 1227, juntamente com os coutos da Régua, São Pedro da Cova, entre outros.
No ano de 1262 dá-se a sagração da igreja de Meinedo segundo a inscrição "in era MCCC consagratur ista ecclesia" que se encontra à esquerda da porta principal. Em 1371, surge um documento alusivo à doação da terra de Meinedo a Aires Gomes da Silva, por parte de D. Fernando, como recompensa dos serviços ao Reino. Em 1412, surgem alguns bens de Aires Gomes divididos por Mem Rodrigues de Vasconcelos e Lopo Dias de Azevedo e pelo seu sobrinho João Gomes da Silva, a quem a maior parte desses bens foram doados, a 9 de Fevereiro, e confirmados por D. João I. A 20 de Março de 1515, Meinedo surge inserida no foral de Unhão concedido por D. Manuel. Em 1535, D. João II confirma a honra de Meinedo a Manuel Teles de Meneses, sexto senhor de Unhão, Cepães e Meinedo.
Em 1758, Meinedo encontra-se na comarca de Penafiel, do Bispado do Porto e província do Minho, e a sua divisão faz com que os seus lugares se dividam pelos coutos de Bustelo e Casais, honra de Meinedo e concelho de Lousada.